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30 de Janeiro dia do quadrinho nacional.


A partir do ano de 1984 por inciativa da AQC-ESP (Associação dos Quadrinistas e Cartunistas do Estado de São Paulo) o dia 30 de janeiro passa a ser a data em que se comemora o “Dia do Quadrinho Nacional”, a escolha remete a data de publicação em 1869 daquela que é considerada a primeira história em quadrinhos brasileira “As aventuras de Nhô-Quin ou impressões de uma viagem à corte.” De autoria do cartunista ítalo-brasileiro Ângelo Agostini.

Nascido em 1843 na região do Piemonte na Itália, e tendo passado a infância e adolescência em Paris na França Agostini chega em São Paulo aos dezesseis anos de idade, e aos vinte um inicia sua carreira de cartunista e artista gráfico fundando o jornal ilustrado “Diabo Coxo”. Depois de algumas outras publicações de vida mais ou menos efêmera se transfere para o Rio de Janeiro onde publica na revista Vida Fluminense a inaugural HQ do personagem Nhô-Quin, e posteriormente funda a “Revista Ilustrada” seu principal veículo e um marco na história editorial brasileira.

Durante quatro décadas Ângelo Agostini dirigiu suas próprias publicações, escreveu ilustrou, fez caricaturas e quadrinhos sempre com uma verve critica extremamente ácida e corajosa, sua trajetória se confunde com a da própria imprensa brasileira nesse período de enorme efervescência, de transformações técnicas estéticas e também políticas. Agostini foi sobretudo um artista, e deixou sua marca indelével na história do humor gráfico no Brasil.

Para além de algumas controvérsias sobre o que é ou não História em Quadrinhos, e a respeito da paternidade e nacionalidade dessa linguagem o essencial talvez seja de fato conhecer e reconhecer a qualidade e inventividade desse artista ítalo-brasileiro. Sem nos furtar a reflexão sobre o presente e o futuro dos quadrinhos nacionais, 151 anos depois de Nhô-Quin, e 35 anos em que a data de 30 de janeiro foi escolhida para representa-los há de fato o que comemorar? Apesar de atravessarmos tempos realmente muito inóspitos para a arte e a cultura em nosso país eu acredito que sim, a produção brasileira vive um momento sem precedente, de enorme qualidade e diversidade técnica, estética e temática. Sementes que foram há muito tempo plantadas, e durante muito tempo cultivadas por tantas e tantas pessoas formam agora um ecossistema. E que seja logo uma floresta, que as motosserras não alcancem.

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Henfil

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